''... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim.'' (João 14:6)

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sexta-feira, 11 de março de 2011

Escatologia 1: "O estado intermediário dos mortos"



“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo”.
(Hb 9.27)


Se considerarmos que a vida é tão insignificante e passageira, diante de uma eternidade que segue após a morte, teremos a firme convicção de que, a morte nada mais é do que o início de uma nova, duradoura e eterna etapa.


Concernente a morte, o primeiro questionamento que nos surge é: o que acontece após o término da vida? Para onde vão aqueles que findam sua existência terrena? Para uma resposta coerente, faz-se necessário, primeiramente, uma análise distinta entre a morte do justo e a morte do ímpio. E nesta distinção encontramos um claro exemplo citado no capítulo 16 do livro escrito pelo médico Lucas, na narrativa que trata sobre o rico e o mendigo chamado Lázaro.


Segundo a mensagem transmitida, ambos, o rico e o pobre haviam morrido e foram conduzidos a lugares distintos. O fato que estava sendo narrado por Jesus realmente havia acontecido e não se tratava simplesmente de uma parábola.


Aqueles dois homens, o rico e pobre haviam morrido e foram conduzidos a lugares diferentes. Porém se analisarmos o contexto imediato da passagem, perceberemos que ambos encontravam-se no Hades, portanto, como estariam eles em lugares diferentes? Será que há uma contradição em minhas palavras?


Para esclarecimentos, será necessário a análise do termo “Hades”, bem como da sua estrutura física. Por sua vez, o vocábulo grego “hades” representa a tradução para o vocábulo “sheol”, o qual é oriundo do hebraico, porém o significado de ambos é exatamente o mesmo: “lugar de habitação das almas dos mortos”. Este sentido, porém, não declina nem para um lugar mau, nem para um lugar bom, a não ser que devidamente explícito e/ou implícito em seu contexto.


Mas porque esses dois homens de vidas e comportamentos tão distintos foram levados supostamente para o mesmo lugar? A resposta encontra respaldo no fato de que, antes da morte de Cristo, tantos justos como injustos eram aprisionados, ou melhor, suas almas ficavam detidas naquele lugar.


Quanto ao Hades, portanto, trata-se de um espaço físico dividido em duas partes: na primeira parte, a mais elevada, lugar denominado de “Seio de Abraão ou Paraíso” ficavam as almas dos justos, lugar este, que mais tarde é chamado pelo apóstolo de “cativeiro”. A segunda parte, a mais inferior, que estava separada da primeira parte por um grande e intransponível abismo, era reservada para deter as almas dos injustos e infiéis. No grego, este lugar também é chamado de “tártaro” ou “Geena”. A palavra “tártaro” é mais usada com o intuito de identificar o lugar onde se encontram aprisionados alguns anjos caídos.




Como fora supracitado, tanto as almas dos infiéis quanto as dos justos eram conduzidas, antes da ascensão de Cristo, ao mesmo lugar, ao Hades. Porém a distinção encontra-se no fato de que a dos justos iria para o Paraíso, também conhecido como Seio de Abraão, e a dos infiéis ao segundo plano, nas profundezas, ou seja, ao inferno que engloba suas subdivisões: Tártaro e Geena.
O próprio Cristo dá testemunho disso quando promete ao ladrão da cruz que naquele mesmo dia estariam juntos no paraíso (Lc 23.43). Jesus sabia que a alma daquele homem iria para o seio de Abraão, e este local não era o céu.
Quando Cristo foi assunto aos céus esse quadro mudou, pois as almas dos justos que até então descia ao Hades, todavia, agora, não desce mais, mas sobe, considerando-se o fato de que o Paraíso não está mais no Hades, que ficou reservado apenas para o inferno e os que nele habitam.
Essa mudança de localização se deu no exato momento em que o Senhor Jesus foi assunto aos céus, ou seja, quando subiu para o Pai. Juntamente com Ele também subia o cativeiro dos santos – o paraíso, o seio de Abraão – para ser alocado nos céus.
“Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro”.
(Ef 4.8)


Foi justamente neste “novo endereço” que Paulo esteve algum tempo depois, por ocasião de seu arrebatamento. Ele mesmo conta ter sido arrebatado até o terceiro céu, ao paraíso (2Co 12.4).
Hoje, quando morre um justo, ele sobe imediatamente para o lugar chamado paraíso, ao lugar de habitação dos justos, no céu, junto à glória do Pai, junto a Cristo (Fl 1.23). Lá o salvo permanece aguardando a ressurreição.
 Em contrapartida, quando os injustos morrem, estes descem ao hades (hoje lugar unicamente de tormento), também chamado inferno.


Fraternalmente em Cristo,
Ângelo dos Santos Monteiro


Fonte: http://pbangelo.blogspot.com/2011/01/escatologia-1-o-estado-intermediario.html

2 comentários:

  1. Paz em Cristo.
    Gostaria que o irmão avaliasse a questão histórica do purgatório. Pois a posição de que Cristo 'transportou' os justos de um lugar para outro após a ressurreição é a base para a origem da teologia do purgatório, a princípio conhecida como limbus patrium. Uma análise exegética dos textos citados seria bom.
    Att. Ronald Rivas Antezana (prof. de teologia do Seminário Batista Javé Nissi)

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  2. A paz do SENHOR!

    Agradeço por seu comentário.

    Embora eu tenha lido um pouco sobre Teologia, pois ainda não faço seminário, mas apenas estudo em casa, através de livros e apostilas, tendo como principal livro de consulta, a Bíblia Sagrada, eu não posso lhe dar uma resposta satisfatória.

    O blog é de minha congregação, e eu sou apenas membro, e criei o blog principalmente para divulgar os horários de cultos, assim como os eventos e trabalhos da igreja.

    No início eu publiquei algumas postagens, tanto de artigos de sites confiáveis, como de blogs pessoais, como esse estudo sobre escatologia. Mas, o que eu posso lhe dizer é que penso que para a maior parte dos evangélicos, considerando que podem haver exceções, não existe purgatório, pois essa é uma doutrina católica, que acredita que todos um dia irão para o céu, ainda que tenham que passar por um lugar de ''purificação'', após sua morte.

    Cremos que os mortos em Cristo são salvos, e os sem Cristo são condenados.

    Não cabe aqui uma discussão sobre como se dá esse processo, após nossa expiração física, material, pois o que importa é a salvação, que deveria ser a principal meta de todos, ao menos os ditos Cristãos.

    Talvez, futuramente, eu lhe envie algum artigo ou estudo sobre sua sugestão.

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